O que o Maracanã tem a ver com o carnaval?
Salve, salve! Primeiro texto meu aqui no Batucada Boa. Nessa coluna - se me permitem chamar assim esse bloco de texto - vou falar muito de sambas-enredo, desfiles e histórias do carnaval. Não que eu tenha credenciais suficientes para me atrever, mas sendo a festa popular um patrimônio mais do que público há quase 100 anos, qualquer um se sente à vontade.
Pra começar, aliás, queria voltar aos anos 30, no Rio de Janeiro. Além de paixões nacionais, futebol e carnaval têm outra coisa em comum: o Maracanã. Não, nunca teve um desfile no ex-maior estádio do mundo e nenhuma escola ensaia no gramado. É uma questão, digamos, mais autoral.
Numa época em que ranchos, blocos e cordões prenunciavam o surgimento dos desfiles como conhecemos hoje, a imprensa escrita teve papel fundamental nas primeiras apresentações das escolas de samba. Como conta André Diniz, no fustigante Almanaque do Samba, foi em 1932 que um jornalista do Mundo Esportivo deu a ideia e promoveu o primeiro desfile de escolas de samba realizado na Praça Onze, reduto, à época, de afrodescendentes e um local de convívio democrático de várias etnias. Ao lado da Central do Brasil, 19 escolas de samba participaram desse pioneiro desfile. Entre as 5 primeiras colocadas, a Vai como Pode (que veio a se transformar na Portela), a Unidos da Tijuca e a campeã Mangueira, que iniciava ali sua saga vitoriosa no carnaval carioca.
Ah, o nome do jornalista que realizou esse primeiro desfile de escolas de samba? Mário Filho. Reconhece de algum lugar?
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